Insatisfação
Já paraste para te questionares por que um homem na África,
deitado em um colchão simples na terra, muitas vezes parece mais satisfeito do
que um homem rico e com todas as comodidades, aparentemente insatisfeito?
Com isto, não queremos dizer que temos de viver na pobreza
para sermos felizes, mas sim que a verdadeira felicidade não está agregada a
nada do mundo: casa, carro, viagem, relação, filhos, dinheiro. Não está
relacionada com nada disso.
Muitas vezes permitimos que a sociedade nos implante a
insatisfação, incentivando-nos a perseguir constantemente compras e a realizar
o que ela espera de nós. Isso faz com que passemos a crer que nunca vamos ser
verdadeiramente felizes, pois vamos sempre procurar algo mais no futuro, e não
vivemos o agora - o único momento que existe e, portanto, o único momento em
que podemos ser felizes.
Mas e se a verdadeira mudança estiver em viver sem as
preocupações do homem comum?
Encontrar a felicidade na simplicidade, na liberdade de
seres verdadeiramente tu.
Afinal, viver no mundo não significa necessariamente ser do
mundo.
É sobre descobrir o que realmente importa, o que traz
alegria genuína e satisfação.
E isso já tu tens dentro de ti, não tens de procurar fora,
mas sim tirar as crenças que tapam o acesso a essa felicidade que tu já és.
A mudança concluída reside em compreender que a verdadeira
riqueza não está na acumulação de bens materiais, mas na apreciação do
presente, na conexão com o que é essencial e na liberdade de viver de acordo
com os teus valores.
Sem as preocupações do homem comum, é possível vislumbrar um
caminho de contentamento que não depende das expectativas sociais.
Encontrar a felicidade na simplicidade significa valorizar
os momentos, os relacionamentos genuínos e as experiências autênticas.
É libertar-se da pressão constante de adquirir mais e mais,
reconhecendo que a verdadeira alegria não está nas coisas, mas na jornada
interior de autoconhecimento e aceitação.
Viver no mundo, mas não ser do mundo, implica em escolher
conscientemente os próprios valores e prioridades, alinhando-se com o que
realmente importa para ti.
Ao fazê-lo, a insatisfação imposta pela sociedade perde o
seu poder, permitindo que abraçes uma perspetiva mais autêntica e satisfatória
da vida.
Em última análise, a mudança concluída não é apenas sobre a
busca da felicidade, mas sobre a realização de que já a possuis dentro de ti.
É hora de redefinir o significado de uma vida plena, desprendendo-se
das amarras da insatisfação socialmente construída e abraçando a verdadeira
riqueza que reside na simplicidade e na autenticidade do ser.